Graciano Caseiro Entrevista Rose Lopes


ROSE LOPES UMA POLIVALENTE AGENTE CULTURAL PRODUZINDO ARTES COM INTERPRETAÇÃO 
E SENSIBILIDADE POÉTICA MUSICAL
  


ROSE LOPES nas artes despontou bem cedo! Estudou teatro, interpretação, piano e canto; com sensibilidade tornou-se atriz, cantora e poetisa.

ROSE LOPES na Cultura, se desenvolveu através de cursos de formação em gestão/produção cultural e de projetos.

ROSE LOPES, começou como assistente de produção em eventos e projetos culturais de diversos segmentos. Atuou como produtora cultural, contato publicitário de obra literária, assessora de autores e colunista de cultura.


ROSE LOPES, já como Coordenadora Artística trabalhou para a FLIZO - I Festa Literária da Zona Oeste - grande produção com mais de uma centena de participantes incluindo conhecidos artistas como o cantor Toni Garrido e a atriz e poetisa Elisa Lucinda; foram mais de 25 eventos executados em 1 mês.

ROSE LOPES conheceu culturas populares através da Secretaria do Estado de Cultura do Rio de Janeiro, e auxiliou em produções de grupos identitários, étnicos (indígenas/afro) e outros alvos de preconceitos; trabalhou pela valorização das culturas e respeito às diversidades. Com tanta atividade, articula e amplia cada vez mais a rede de contatos com artistas, coletivos, empresas e instituições, apoiadores, parceiros e patrocinadores.

ROSE LOPES, na área social, atuou como pesquisadora por 2 anos para o IBGE, para a UFRJ e para a LSE - London School of Economics. Em ONGs, trabalhou com temáticas de adolescência, sexualidade, gênero, preconceitos, prevenção às DST/HIV/AIDS e gravidez não planejada. Também atuou como educadora pela ONU Mulheres com menores em privação de liberdade com temática de gênero.



Como estudante de Ciências Sociais pela UFRJ foi pesquisadora, estagiária e monitora.Na Catalunya formou-se como Monitora e trabalhou com crianças e com pessoas com necessidades especiais.Há 10 anos, criou e produz o "aRtivistas Produções Socioculturais". Assim descobriu no aRtivismo o valor da arte social. Acredita na educação, arte e cultura como poderosas ferramentas de transformação e desenvolvimento.

De Rose Lopes por Rose Lopes?
"Transformar só é possível quando somos agentes!"
Rose Lopes - Produzindo Cultura.
 
 
Qual foi o 'click' da sua arte que despertou esse talento?
Já nasci cantando e atuando! rssr... Muito pequena já fazia minhas apresentações nas festas de família sempre cantando e interpretando personagens que eu mesma criava ou imitando a algum/a artista. Porém, foi aos 9 na escola Municipal Dr. Jair Tavares, onde estudei, que descobri o teatro quando me chamaram pra atuar numa peça baseada no livro "Confissões de Adolescente!". O amor foi tanto que entrei pela primeira vez num curso de teatro, com meu grande mestre Waldir Onofre, onde me apaixonei de verdade pela arte de atuar! Aos 11 comecei a estudar piano e canto.

Qual o fato marcante ou pessoa que teve mais influência na sua atividade com as artes?
Considero que minha mãe biológica, já falecida, que cantava e tocava pelas noites de Minas Gerais, deixou uma herança musical para mim e meus 7 irmãos e 3 irmãs de Juiz de Fora. Todos nós somos apaixonados e ligados à música e outras artes de uma forma inexplicável. Esse laço nos une tanto quanto os de sangue. Apesar de não ter convivido muito com ela, minha mãe é minha influência e a energia que me faz seguir cantando! Já meu pai pintava quadros e fotografava, como amador, mas admiro muito suas pinturas, fotos e esculturas. Creio que herdei dele também o talento para as artes manuais e visuais também.
Na minha trajetória cultural tive ótimas influências em outras áreas artísticas, mas tenho que ressaltar Waldir Onofre e Vilma Camarate como meus mestres referência nas artes cênicas; Silvia Fernandes e Mônica de Castro como minhas grandes reveladoras e influenciadoras na produção cultural, outra grande paixão que faço questão de exercer!


O que você gostaria de ver divulgado, do seu trabalho, nesta entrevista?
Tenho algumas páginas de trabalho principais e contas no instagram de trabalhos artísticos e culturais: Rose Lopes - Produzindo Cultura é onde exponho antigos e atuais trabalhos artísticos e produções culturais próprias ou nas quais trabalhei. Rose Lopes - A Essência de Mim  é uma página no face específica para meus poemas e escritas.
E a Artivistas Producciones (agora em castellano porque vivo e produzo em Barcelona) é meu principal ideal de vida, pois minha meta com as artes é a arte como ferramenta de conscientização, transformação e desenvolvimento social. Mais que artista, me considero aRtivista e aRtivismo é o que quero fazer por toda a vida!

Qual é a principal 'mancada' no Brasil, em se tratando de incentivo ao artista? É difícil ser artista neste país?
Considero que a principal "mancada" do Brasil se tratando de artes é não ensinar o tamanho de sua importância para o preparo de seres mais autônomos para toda e qualquer atividade que exerçam. A importância que a arte possui para estimular o pensamento crítico, a criatividade e a autonomia, tão estimuladas por Paulo Freire com a pedagogia da autonomia e Augusto Bual com o Teatro do Oprimido, não são ensinadas na maioria das escolas e muito menos valorizadas; pelo contrário, muitas vezes essas questões são ignoradas, diminuídas e reprimidas. Assim deixamos de descobrir grandes dons e talentos das crianças e deixamos de incentiva-los a lutar por seus sonhos e viver do que realmente amam. Independente de ser nas artes ou em qualquer outra área, é por falta de reforçar essas questões que muitos crescem insatisfeitos vendo-se obrigados a trabalhar em algo que não é o que gostariam realmente, por medo e falta de incentivo para serem mais autônomos, realizadores de suas próprias criações e desenvolvedores de seus talentos!
Ser artista não é difícil! Acredito que todo/a artista já nasce semente e não há como mudar isso! Ele/a simplesmente é! Difícil é que essa semente possa crescer e fortalecer tal como é, sem que torçam suas raízes, podem seus ramos e arranquem suas flores e frutos! Arte é vida natural! Nasce, cresce, reproduz e morre. Mas é muito fértil! Se bem cultivada produz campos lindos de flores belas e deixa sempre muitos frutos e novas sementes plantadas. Se bem propagada se torna portanto, eterna.
Difícil no Brasil é cultivar a arte! Viver da arte! Artistas temos diversos e de muitas qualidades! Mas o sistema quer plantas que cultivem frutos vendáveis e não reconhece ou incentiva devidamente o potencial de cada sementinha. Não valoriza quanta beleza cada sementinha vai se tornar.
Na verdade o sistema sempre teve medo da arte! Cada semente pode se tornar um campo de flores e esses campos tomam espaço das produções vendáveis pra ensinar sobre amor e união. Isso atrapalha o sistema!
 Darcy Ribeiro ja dizia que a crise da educação não é uma crise, é um projeto! Pois com a arte não é diferente! Arte e educação aliadas são grandes armas! o sistema entende e por isso não lhes dá o devido incentivo!



Conte um pouco sobre a sua carreira e aonde deseja chegar?
Durante toda minha estrada profissional, sempre alternei entre as artes/cultura e trabalhos mais "estáveis". Não tive todo incentivo que queria e não tive força e coragem suficiente pra crer mais em mim mesma. Pessoas próximas e importantes para mim valorizaram outras capacidades minhas, mais técnicas, e me incentivaram a buscar estabilidade. Me fizeram acreditar que eu seria uma grande advogada ou outra profissão de mais "status" que pudesse ganhar melhor e ser mais "bem sucedida" na vida. Por muitas vezes acreditei que devia buscar essa estabilidade para depois ser "livre" pra fazer o que mais amo, que é arte e cultura. Isso me fez dar muitas voltas e não realizar muitos sonhos, ainda pendentes. Mas por outro lado, não me arrependo, porque a vida me deu oportunidade de conhecer pessoas fantásticas e maravilhosas, de distintas áreas profissionais e de estudos. Passei por diversas faculdades e cursos diferentes. Deixei muitos incompletos, porque se por um lado me faltava coragem de arriscar o que realmente queria fazer, por outro lado nunca me faltou coragem de deixar o que não quero mais! Estudei MUITO e ainda não tenho um diploma de graduação. Trabalhei MUITO e ainda não realizei todos os meus projetos. Mas sou sonhadora, resistente e persistente! Nessa trajetória, aproveitei o máximo de conhecimento por todas as áreas onde passei. Levei os melhores contatos de todos os trabalhos onde atuei. Consciliei o máximo possível e segui sempre voltando para as artes e produzindo cultura, não só como uma válvula de escape, mas como autocuidado, autocura, autotransformação; metamoforse necessária pra eu voar plenamente sobre esses campos floridos que eu mesma cultivei.
Há 12 anos assumi meu foco na área sociocultural. Voltei a estudar e me dedicar às artes e entrei na faculdade de ciências sociais da UFRJ. A sociologia, a antropologia e as ciências políticas me ampliaram a visão sobre a sociedade tal como ela é e o que nela desejo transformar. Os estudos sociais me fortaleceram a autonomia e a militância! Fui estagiária da Secretaria do Estado de Cultura do RJ por quase 2 anos, atuando na Gerência de Identidades Culturais - Coordenadoria de Diversidade Cultural - Superintendência de Cultura e Sociedade. Essa experiência me permitiu conhecer e aproximar ainda mais das culturas populares e das identidades negras, indígenas e LGBTs, além de ampliar minhas capacidades e me dar maior segurança para exercer minha profissão de produtora/gestora cultural; pela valorização das diversas identidades e culturas; pela função social da arte; pela arte como ferramenta de empoderamento sociocultural, de transformação e desenvolvimento social. Também me especializei com cursos de gestão pública e produção cultural onde adquiri grandes conhecimentos e maturidade pra criar e produzir grandes projetos artísticos e culturais.
Agora, em uma nova etapa da minha vida, me adapto a grandes mudanças, vivendo na província de Barcelona, na Catalunya, que passa por um processo antigo e contínuo de luta pela independência, contra o fascismo e contra a burocracia e repressão do governo Espanhol. Vejo muitas semelhanças com nossa história social e política, mas encontro maior abertura e valorização da artes e da cultura, inclusive dentro da educação.
Aqui, me formei como "monitora de tempo livre" e comecei a trabalhar no campo da "educação livre" (educació de lleura, em catalán) exercida como alternativa aliada a educação formal, tem foco no ensinamento de valores sociais, emocionais e na valorização do ser humano e no meio ambiente através do uso de jogos e artes diversas. Me especializei em educação para as diversidades com foco em autismo e trabalhei com educação especial cuidando de crianças e adultos com diversas necessidades especiais. Também fiz um curso de Psicodrama, pela Escola de Psicodramaturgia de Barcelona e outro de Teatro Social e Gênero (com uso da metodologia do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal), pela NUS Cooper de Teatro.
Agora, começo a trabalhar com a Cia Ophelia de Teatro (de São Paulo), onde em sociedade com 2 atrizes e diretoras brasileiras, nos organizamos para desenvolver nossas próprias produções de arte social e tocar a aRtivistas Producciones.
Meu objetivo é seguir Produzindo Cultura e oficializar a aRtivistas Producciones Socioculturais. Quero poder com as produções que fizer aqui, divulgar e contribuir com tantos artistas, projetos e ONGs aRtivistas maravilhosas que conheci na Zona Oeste do RJ. Estou fora, mas não abandono as raízes! Meu ideal é viver de arte, pesquisar, produzir e promover o aRtivismo do Brasil e do/pelo mundo.


Como o site trajetória cultural pode contribuir para 'os artistas', na sua opinião?
O Trajetória Cultural é super importante para que os/as artistas possam se identificar e se fortalecerem entre si. É importante para ver que não estamos sós, que não somos "xs únicxs loucxs" e conhecer a história dx outrx nos dá elementos, força e incentivo para prosseguir e resistir criando e produzindo nossas artes. É uma ferramenta de empatia, união e empoderamento. Parabenizo os/as que produzem, agradeço o convite e desejo vida longa e próspera a esse projeto!

O que falta pra gente melhorar em forma de divulgação no site, trajetória cultural e o que você acha que precisa acrescentar?
A divulgação audiovisual é super importante porque o imediatismo de muitas pessoas as fazem não ter tempo ou terem preguiça de ler. Infelizmente muitos preferem um filme que um bom livro e não leem uma entrevista mas acabam presos em vídeos. Assim que, deixo como sugestão, que mais entrevistas sejam feitas com vídeos, ou que coloquem mais vídeos promocionais do projeto no site. Além disso é sempre bom buscar o diferencial, mas não posso opinar sobre isso antes de conhecer melhor o desenvolvimento do projeto. De todo modo, vejo muito bom o trabalho que está sendo feito e desejo que cresça e apareça cada vez mais!!!







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Por Graciano Caseiro

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